Estádios da Copa de 2014 custam 66% mais do que previsto em 2010
O valor gasto para a construção dos 12 estádios da Copa do Mundo no Brasil em 2014 é 66% maior que o previsto na Matriz de Responsabilidades assinada em 2010. Em valores absolutos, o orçamento subiu de R$ 5,3 bilhões para R$ 8,9 bilhões - incluindo os estádios privados bancados pelos clubes, mas financiados com dinheiro Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que já cedeu R$ 871,9 milhões aos clubes. As informações foram atualizadas pelo Ministério do Esporte na segunda-feira.
No entanto, essa não é a conta feita pelo Ministério do Esporte, que compara a elevação atual dos gastos com o último balanço
das obras, divulgado em dezembro do ano passado, período no qual se
verifica uma elevação de quase R$ 900 milhões com estádios. Se for
comparado com o previsto em 2010, o orçamento subiu R$ 3,8 bilhões.
Também não é incluído na conta do governo os R$ 900 milhões que
serão pago pelo Estado da Bahia à concessionária responsável pela Fonte
Nova, dividido em parcelas anuais de mais de R$ 100 milhões, durante 15
anos.Fifa
Se for levado em conta apenas os gastos de governos
estaduais e Parcerias Público-Privadas (PPPs) para a construção dos nove
estádios, o aumento no orçamento foi de 68% desde 2010. O valor
previsto inicialmente para a construção do Mineirão (Belo Horizonte), do
Estádio Nacional (Brasília), da Arena Pantanal (Cuiabá), do Castelão
(Fortaleza), da Arena Amazônia (Manaus), da Arena Pernambuco (Recife),
do Maracanã (Rio) e da Fonte Nova (Salvador) subiu de R$ 4,8 bilhões
para R$ 8,1 bilhões.
O estádio mais caro é a Fonte Nova. O custo previsto inicialmente em R$ 591,7 milhões subiu para R$ 689,4 milhões, somada a já
citada contrapartida - criticada pelo Tribunal de Contas da União (TCU)
- que eleva o total R$ 1,6 bilhão, 172% acima do previsto.
Isso acontece porque a escolha da empresa responsável
pela reconstrução da Arena Fonte Nova foi feita com base na
contraprestação que seria paga governo do Estado. Ainda assim, o governo
baiano comemora a economia de aproximadamente 0,2% (R$ 4,5 milhões) do
total da obra porque pagará R$ 107,3 milhões anualmente, menos que os R$
107,6 milhões previstos no edital.
No entanto, existe uma divergência com o TCU, uma vez
que o governo baiano alega que o valor a ser pago é de R$ 99 milhões,
desde 2009, mas esses números não são os mesmos disponíveis nos portais
da transparência do governo federal, atualizados depois de 2009.
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